A quantidade de sono necessária para cada pessoa depende do estágio de vida em que ela se encontra. Sabe-se que o adormecer diminui com o passar dos anos, mantendo-se maior durante a infância e diminuindo durante as fases da adolescência, adulta e velhice.
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Em crianças, a quantidade de sono é maior que em qualquer fase do desenvolvimento humano e varia de acordo com a idade. Por exemplo, no primeiro mês de vida, o período de repouso vai diminuindo em torno de 14 horas por dia até chegar a 12 horas no sexto mês. A partir daí, o sono da criança reduz em uma média de 30 minutos ao ano até os cinco anos de idade (Muller, 2007).
Na fase da adolescência, o ritmo de sono é diferente. Foi comprovado cientificamente que o adolescente passa por alterações hormonais que fazem com que o seu ciclo de sono-vigília fique alterado. Assim, é comum o adolescente sentir sono durante o período da manhã e tornar-se alerta a partir do meio da tarde (Muller, 2007).
Mesmo assim, crianças e adolescentes permanecem constantemente envolvidos em atividades sociais que são comuns entre seus amigos, fazendo com que a regulação do ciclo de sono-vigília, que já é perturbado naturalmente nestas fases, fique cada vez mais alterado. Uma boa noite de sono é deixada de lado em prol da exposição a jogos e salas de bate-papo em computadores; programas de televisão; passeios e baladas à noite.
Noite de sono mal dormida
Uma das primeiras queixas observada pelos pais de crianças e adolescentes é que seu filho vem apresentando um desempenho escolar reduzido por conta da sua dificuldade em se concentrar e manter a atenção. Realmente a capacidade de memorização do jovem ficará comprometida por causa de um período pequeno dedicado ao repouso.
Há crianças que ainda relatam que em razão do baixo rendimento escolar, acabam sentindo-se tristes por não conseguirem acompanhar os demais colegas em sala de aula. Outros ainda informam que por não ter capacidade de se concentrarem, acabam ficando irritados e agressivos com os demais amigos, desestimulando ainda mais a retomada nos estudos.
Muitas vezes, há casos em que o fato do filho não querer dormir, não seja apenas porque ele parece ser uma pessoa rebelde ou desorganizada, mas pode ser a manifestação de um sintoma de uma doença grave tal como a depressão ou hiperatividade. Além disso, doenças clínicas tais como as respiratórias podem atrapalhar uma qualidade de sono adequada.
Para se ter uma idéia, uma pesquisa realizada em países norte-americanos, constatou-se que 25% dos pais têm queixas relacionadas ao sono dos filhos. Dentre essas queixas, 38% eram relacionadas a parassonias (sonambulismo ou terror noturno), 14% mencionavam sonolência excessiva e 11% apresentavam transtorno respiratório de sono (Archbold, 2002).
Mudanças de atitudes
Queixas como insônias, presença de sonolência excessiva durante o dia e dificuldades em iniciar ou manter o sono são abordadas por crianças e adolescentes que estão inseridas em rotinas familiares que precisam ser reorganizadas. Normalmente um terapeuta fará, juntamente com o paciente e o responsável, um diário do sono da criança ou adolescente. Nele, são marcados os horários em que a família vai deitar, que inicia o sono, quantos despertares no meio da noite, assim como o horário em que acordam e levantam.
A partir disso, são feitas intervenções educacionais e comportamentais, focando principalmente na qualidade do sono. Ao longo de todo o tratamento, há mudanças de atitudes básicas tais como o escuro no quarto no momento de dormir, passando até por técnicas de relaxamento.
Referências Bibliográficas:
Reimão, R. (1996). Sono: estudo abrangente (2a. ed.). São Paulo: Atheneu.
Muller, M. R.; Guimarães, S. S. Impacto dos transtornos do sono sobre o funcionamento diário a e a qualidade de vida. Estudos psicolo. Campinas. 24(4): 519-528, 2007.
Archbold, KH; Pituch, KJ; Panahi, P; Chervin, RD. Symptoms of sleep disturbances among children at two general pediatric clinics. J. Pediatric. 149: 97-102, 2002.
Fonte: Núcleo Percepção
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