Seleção Pública de Projetos Esportivos Educacionais

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pode tudo. Mas pegue leve

Não há esporte proibido para jovens, 
mas eles devem ser praticados em versão light

É saudável preocupar-se com o físico – e os adolescentes estão levando isso a sério. Nunca antes as academias de ginástica foram freqüentadas por gente tão jovem. Do total de alunos de grandes academias, como Runner, Fórmula Academia e Bio Ritmo, 25% têm menos de 20 anos. "A garotada começa a procurar a musculação a partir dos 13 anos, porque seus exercícios trazem resultados estéticos muito
Foto: Alunos do Projeto Esporte e Educação: Essa é a Nossa Praia praticando vôlei
rápidos", diz Manoel Carrano, diretor-presidente da Fórmula Academia. Isso é bom e ruim. O jovem pode praticar todas as modalidades esportivas sem prejuízo à saúde ou ao processo de crescimento. Mas isso deve ser feito com moderação. Ou seja, é preciso limitar o tempo da prática esportiva e o esforço exigido. "A quantidade ideal até os 18 anos é seis horas por semana", diz Ana Lúcia de Sá Pinto, médica do esporte e pediatra do Ambulatório de Medicina Esportiva do Hospital das Clínicas, em São Paulo. O que requer mais cuidado e precaução é a sobrecarga de esforços. Vale a regra geral de que o jovem pode suportar 60% da carga de um adulto.

Os esportes dividem-se em quatro categorias, cada uma delas com diferente grau de cuidados para o adolescente:

• Anaeróbios: são os exercícios em que o praticante corre e pára várias vezes. Exemplos: futebol, basquete, vôlei, tênis e handebol. Uma partida de futebol entre adolescentes não deveria ultrapassar os 60 minutos, contra os 90 do jogo oficial. É evidente que os jovens não levam isso em conta e jogam durante horas, se puderem. Mas é o que diz o manual médico. Em tese, os excessos praticados nesses jogos não têm conseqüências drásticas.

• Aeróbios: são as modalidades que trabalham os músculos usando a respiração na produção de energia. Exemplos: corrida, ciclismo, natação, dança e ginástica aeróbica. Não há problema algum em correr e andar de bicicleta livremente, mas para competições a idade mínima recomendada é 14 (ciclismo) e 16 anos (corrida).

• Exercícios de resistência: são os que trabalham principalmente a força muscular. Entram nessa categoria a musculação e a ginástica olímpica. A musculação já foi inteiramente proibida para jovens na idade do crescimento. Hoje é permitida para maiores de 15 anos, mas com a restrição de peso. O excesso de carga pode levar ao endurecimento das articulações e, dessa forma, causar a interrupção precoce do processo de crescimento.

• Exercícios de resistência de alto risco: o objetivo é trabalhar a força dos músculos de forma intensa para ganhar massa muscular. Exemplos: o fisiculturismo, o levantamento de peso e o boxe. São contra-indicados para adolescentes. "O ideal é esperar o fim da fase de crescimento para começar a se preocupar com o ganho de massa muscular", diz o ortopedista Francisco Vanor Cruz, especialista em medicina do esporte do Hospital Uniclinic, em Fortaleza. "Antes disso, o garoto não tem corpo de homem e os ossos não estão consolidados."


Fonte: Veja

Os três pilares da inclusão digital


Foto: Aluno do Projeto Esporte e Educação: Essa é a Nossa Praia em aula de informática 
Nos últimos anos, tem sido apregoado aos quatro cantos do Brasil a necessidade de se fazer a inclusão digital para aqueles indivíduos que não têm acesso às tecnologias de informação e comunicação ou simplesmente TIC’s, como são mais comumente conhecidas. Três pilares formam um tripé fundamental para que a inclusão digital aconteça: TIC’s, renda e educação. Não é difícil vaticinar que sem qualquer um desses pilares, não importa qual combinação seja feita, qualquer ação está fadada ao insucesso. Atualmente, segundo o Mapa de Exclusão Digital divulgado no início de Abril/2003 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ) juntamente com outras entidades, aproximadamente 12% dos brasileiros têm computador em suas residências e pouco mais de 8% encontram-se conectados à Internet. Até quando continuará a inépcia do governo brasileiro? (se é que ‘ele’ tem qualquer real intenção de promover a inclusão digital).

As TIC’s têm causado mudanças significativas em toda a sociedade. No âmbito empresarial, as modificações decorrentes das TIC’s têm:
  •  propiciado ambiente competitivo as mais variadas instituições, inclusive as não tradicionais;
  •   promovido o declínio de custos de processamento;
  • motivado a erosão geográfica e de produtos;
  • influenciado o planejamento e redesenhado organizações.
As TIC’s possibilitam a melhoria de qualidade em diversos aspectos dos negócios. Pode-se ainda destacar a promoção de produtos bem como uso de novos canais de venda e distribuição, possibilitando novas oportunidades de negócios. É inegável as alternativas oferecidas.

Agora, se mudarmos nosso foco de empresas e instituições para indivíduos, é visível que a maioria da população brasileira, i.e. aproximadamente 90%, encontra-se excluída do desfruto das tecnologias da era digital. Para termos uma idéia da quantidade de excluídos, basta responder a perguntas simples como, por exemplo: Quantos brasileiros possuem computador pessoal em suas residências? Quantos possuem linha telefônica? Até bem pouco tempo atrás, era ínfima a quantidade de pessoas que tinha telefones em suas residências. Tudo isso em razão da necessidade que antes se tinha de comprar a linha telefônica. Anteriormente, o indivíduo tinha de comprar uma linha e, além disso, recebia ações da empresa que comercializava as linhas telefônicas. Com a reformulação do sistema brasileiro de telecomunicações, esse modelo antigo deixa de existir e, hoje em dia, o cidadão simplesmente solicita a instalação de uma linha e paga pela assinatura mensal e uso que faz da mesma.

Atualmente, embora o brasileiro possa dispor desse recurso e facilidade, caso esse indivíduo faça um uso modesto da linha telefônica para ter acesso a Internet, além de algumas ligações telefônicas ao longo do mês, tal uso resultará numa conta telefônica com valor mensal entre R$ 40,00 e R$ 50,00. Isto tudo considerando que ele tenha acesso a Internet através de algum provedor gratuito, dentre vários existentes. Adicionalmente, se o indivíduo quiser ter acesso a Internet, ele precisa dispor de um computador pessoal o qual tem um custo de, aproximadamente, R$ 1.300,00. Se o indivíduo optar por financiar a compra do computador em 24 pagamentos, ele irá pagar uma prestação com valor médio de R$ 95,00, resultando num custo total de R$ 2.280,00 (o qual compreende aproximadamente 10 salários mínimo).

A exclusão sócio-econômica desencadeia a exclusão digital ao mesmo tempo que a exclusão digital aprofunda a exclusão sócio-econômica. A inclusão digital deveria ser fruto de uma política pública com destinação orçamentária a fim de que ações promovam a inclusão e equiparação de oportunidades a todos os cidadãos. Neste contexto, é preciso levar em conta indivíduos com baixa escolaridade, baixa renda, com limitações físicas e idosos. Uma ação prioritária deveria ser voltada às crianças e jovens, pois constituem a próxima geração.

Um parceiro importante à inclusão digital é a educação. A inclusão digital deve ser parte do processo de ensino de forma a promover a educação continuada. Note que educação é um processo e a inclusão digital é elemento essencial deste processo. Embora a ação governamental seja de suma importância, ela deve ter a participação de toda sociedade face a necessidade premente que se tem de acesso a educação e redistribuição de renda permitindo assim acesso as TIC’s.

Ações de inclusão digital devem estimular parcerias entre governos (nas esferas federal, estadual e municipal), empresas privadas, organizações não governamentais (ONGs), escolas e universidades. Governos e empresas privadas devem atuar prioritariamente na melhoria de renda, suporte à educação bem como tornar disponíveis equipamentos à população. Algumas ações que podem ser promovidas pelos governos e empresas privadas incluem:
  • Disponibilizar acesso a terminais de computadores e correio eletrônico a toda a população;
  • Oferecer tarifas reduzidas para uso dos sistemas de telecomunicações;
  • Criar mecanismos de isenção fiscal, sem muita burocracia, para o recebimento de doações de computadores e equipamentos de infra-estrutura.
Essas ações per se não são suficientes. É ainda necessário o desenvolvimento de redes públicas que possibilitem a oferta de meios de produção e difusão de conhecimento. As escolas e universidades constituem também componentes essenciais à inclusão digital uma vez que diversos protagonistas (professores, alunos, especialistas membros da comunidade) atuam em conjunto para o processo de construção de conhecimento. Note que os três pilares do tripé da inclusão digital devem existir em conjunto para que ela ocorra de fato. De nada adianta acesso às tecnologias e renda se não houver acesso à educação. Isto porque o indivíduo deixa de ter um mero papel ‘passivo’ de consumidor de informações, bens e serviços, e então passa também a atuar como um produtor (de conhecimentos, bens e serviços).

É também imperativo que a inclusão digital esteja integrada aos conteúdos curriculares e isto requer um redesenho do projeto pedagógico e grade curricular atuais de ensino fundamental e médio. É pré-requisito considerá-lo também na formação de profissionais dos cursos de Pedagogia, Licenciaturas e similares.

Os indivíduos, que por condições de insuficiência de renda, não têm como dispor de computador e linha telefônica em casa, poderiam ter a exclusão atenuada, caso tenham acesso através de empresas, escolas ou centro de cidadãos. Esses recursos destinariam-se prioritariamente àqueles  que não têm acesso em suas residências. Vale ressaltar que este tipo de solução tem natureza paliativa. Adicionalmente, poderíamos ainda considerar o uso do software livre em computadores o qual seria sem qualquer custo. Entretanto, deve-se considerar a facilidade de operação, suporte e manutenção existentes. Ademais, há ainda demanda reprimida de usuários de sistemas de telecomunicações, especificamente, o sistema de telefonia fixa que pode e precisa ser expandido a fim de prover a população com esse serviço básico além de permitir que ela tenha acesso a Internet.

O Brasil tem condições de superar esse atraso e as vicissitudes existentes. Todavia, para que isso de fato ocorra, é preciso começar a fazê-lo hoje, ou melhor, ontem. Do contrário, as gerações vindouras continuarão com elevado índice de excluídos da era digital. A inclusão digital tem um tripé que compreende acesso a educação, renda e TIC’s. A ausência de qualquer um desses pilares significa deixar quase 90% da população brasileira permanecendo na condição de mera aspirante a inclusão digital. Dentro deste contexto, considera-se que a inclusão digital é necessária a fim de possibilitar à toda a população, por exemplo, o usufruto dos mais variados serviços prestados via Internet. Hoje em dia, ter acesso a Internet significa acesso a um vasto banco de informações e serviços. Este imenso repositório de conteúdo e serviços merece e deve ser utilizado por toda população brasileira. É preciso que o governo, como principal protagonista, assuma o papel de coordenador e atue em conjunto com sociedade civil organizada a fim de assegurar o tripé da inclusão digital.

ANTONIO MENDES DA SILVA FILHO


Fonte: Revista Espaço Acadêmico    

Coma à vontade. Você pode

Mas lembre-se de que os maus hábitos alimentares 
às vezes se tornam um problema para o resto da vida

Quando os filhos chegam à adolescência, muitos pais abrem mão de uma de suas responsabilidades: a de cuidar para que se alimentem direito. Fazem isso convictos de que não há mesmo remédio, visto que jovem só come porcaria. Não é bem assim. Um estudo realizado com alunos de 12 a 18 anos das escolas públicas de São Paulo concluiu que eles comem o mesmo que os adultos, só bebem mais refrigerantes. Outra pesquisa, da Universidade Federal de São Paulo, mostra que os adolescentes de classe média consomem
Foto: Internet
muita gororoba gordurosa na escola, mas fazem as refeições principais em casa. Arroz, feijão, carne e salada, a típica comida doméstica, são uma boa combinação de nutrientes. Na média, um adolescente vai à lanchonete (para engolir a bomba calórica hambúrguer-refrigerante-batata frita) três vezes por semana. Os médicos consideram esse consumo alarmante quando ultrapassa quatro vezes por semana.

Não se deve, em princípio, olhar com horror para o hambúrguer com fritas. No auge do crescimento, entre os 12 e os 15 anos, um jovem pode consumir sem susto 10% mais de calorias diárias que o indicado para um adulto. "O adolescente usa a energia do hambúrguer para esticar, enquanto o adulto certamente vai crescer para os lados", diz o médico Maurício de Souza Lima, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Isso significa que tudo vai bem com os hábitos alimentares da juventude? Também não é bem assim. A proporção de jovens com sobrepeso quadruplicou nos últimos trinta anos e chegou a 14% na faixa etária dos 8 aos 18 anos. A culpa é da vida sedentária e do excesso de comida industrializada, rica em farináceos e gorduras, sobretudo entre a população mais pobre. O efeito perverso do engordamento precoce é o aumento das doenças cardiovasculares e do diabetes tipo 2.

A geração atual é provavelmente a mais preocupada com comida saudável de todos os tempos. Está em alta ser vegetariano, eliminar a carne vermelha do cardápio e preferir produtos com o rótulo diet. Nesse estilo também vale a regra do bom senso: excessos fazem mal à saúde. Quanto mais variada, mais saudável é a alimentação. O maior perigo mora nos maus hábitos, que tendem a se perpetuar. A comida gordurosa não faz mal para quem está crescendo. Mas, com o fim da adolescência, o metabolismo desacelera e o corpo pára de queimar calorias com a mesma eficiência. Se um jovem adulto continuar a comer a mesma quantidade de comida da época de adolescente, será inevitável que fique gordo.


Fonte: Veja 

Estamos mais altos

A altura média dos jovens brasileiros aumentou
5 centímetros em relação à da geração anterior
Foto: Alunas do Projeto Esporte e Educação: Essa é a Nossa Praia praticando alongamento
 


os meninos estão 5 centímetros mais altos e as meninas, 3. O padrão médio de altura de um jovem adulto hoje é de 1,75 metro. Nas meninas, esse valor fica em 1,65 metro. É um perfil típico de classe média urbana, e há variações consideráveis com relação à população mais pobre e de regiões onde o acesso à variedade de alimentos é menor. Atribui-se o aumento na altura média do brasileiro nos últimos vinte anos a vários fatores. O mais importante é uma alimentação de melhor qualidade. O cardápio nacional é hoje mais nutritivo e variado. Há maior quantidade de proteína, substância presente na carne e no leite que é decisiva no processo de crescimento. Também ajudou a prática de esportes e exercícios físicos com maior freqüência e variedade. Oito em cada dez garotos entre 12 e 20 anos praticam algum tipo de esporte nas principais capitais brasileiras. Entre as meninas, essa proporção é de sete em dez. Por fim, sentem-se agora os bons resultados de décadas de vacinação em massa e da melhoria nas condições sanitárias, que puseram sob controle as doenças infecciosas comuns na infância e que interferem no processo de crescimento.

A diferença entre os adolescentes de agora e os da geração anterior pode ser medida com régua:

O jovem brasileiro não está apenas mais alto. Todo o processo de crescimento foi acelerado em relação às gerações anteriores. No início do século XX, a primeira menstruação ocorria aos 15 anos. Hoje, a menarca normalmente acontece aos 12 anos. Há 100 anos, o crescimento dos rapazes só estava completo aos 24 anos. Agora, a estatura adulta é alcançada aos 18. "O crescimento é uma combinação de características genéticas com o meio em que o adolescente vive. Uma coisa não evolui sem a outra", explica o médico Paulo Zogaib, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A prática de exercícios físicos é um dos fatores que têm relação com a espichada juvenil. A ciência não comprovou como se dá exatamente essa influência, mas os médicos apostam em três fatores. O primeiro é que os exercícios estimulam a produção e a secreção de hormônios diretamente ligados a esse processo, como o hormônio do crescimento e a testosterona. O segundo é que a estrutura óssea responde a estímulos como sobrecarga de exercícios. O problema é que, se a sobrecarga for excessiva, pode interromper de vez o processo de crescimento. O último é que, ao fazer exercício, um jovem sente mais fome. Ao comer mais e praticar esporte novamente, acaba gerando um ciclo que favorece o melhor aproveitamento dos nutrientes.

Os pais costumam acompanhar com orgulho o desenvolvimento precoce dos filhos, mas é preciso ficar atento aos efeitos decorrentes. A abreviação da infância é um deles, principalmente no caso das meninas. É comum garotas na faixa de 12 anos, ainda interessadas em brincar com boneca, começarem a sofrer assédio do sexo oposto pelo fato de ostentarem um corpo de adulto. Elas são pressionadas a agir como adolescentes, quando não têm maturidade para isso. Por outro lado, há recursos para os jovens que estão com o relógio biológico atrasado ou demonstram alguma limitação orgânica para crescer. Tratamentos à base de hormônio do crescimento sintético são muito utilizados. O importante, nesses casos, é estar atento ao ritmo de crescimento logo no início da adolescência, porque o sucesso do tratamento depende do diagnóstico precoce.


Fonte: Veja