Descubra as posturas que contribuem para um melhor aproveitamento escolar e veja como estimulá-las em seu filho
Cada aluno é diferente, tem sua própria personalidade e jeito de aprender, mas mesmo diante de turmas heterogêneas, professores conseguem identificar aqueles considerados "bons alunos". Um conceito que não está diretamente relacionado a desempenho acadêmico e sim a características que irão contribuir para o melhor aproveitamento das oportunidades de aprendizagem oferecidas pela escola.
Um bom aluno é aquele que tem uma família apoiando e torcendo para seu sucesso, que tem interesse em aprender, é equilibrado afetivamente e tem condições de conviver em um grupo social, respeitando os demais e sabendo aproveitar as chances que tem de construir novos conhecimentos. Os pais devem preparar seus filhos para serem alunos. E este preparo deve ter um caráter permanente, para acompanhar as exigências progressivas que cada novo degrau acadêmico traz. A escola precisa do apoio dos pais para que o aluno se envolva com o aprendizado. Às vezes, envia-se diversas notificações para casa, indicando que o filho não está cumprindo com seu papel e isso não surte nenhum efeito na família. Com isso, a escola, sozinha, não irá conseguir mostrar o valor do aprendizado para este aluno.
Se a responsabilidade parece grande para os pais, a boa notícia é que as características que distinguem um bom aluno não são nada mirabolantes e atitudes simples incorporadas no dia a dia são capaz de dar um "empurrãozinho" para que os filhos as desenvolvam. Não se trata de padronizar comportamentos ou criar um modelo a ser seguido, mas de incentivar atitudes que contribuem para o aprendizado e para uma boa relação aluno-escola. Confira quais, na opinião dos três entrevistados, são elas:
É organizado e cumpre com os seus deveres.
Esta é uma das características mais frisadas por todos os entrevistados e a mais básica de todas. O bom aluno faz as tarefas de casa, importantes para o entendimento do conteúdo trabalhado em sala de aula; traz o material correto das aulas previstas para o dia; entrega, no prazo, trabalhos escolares bem feitos; tem uma rotina de estudo regular; prepara-se para as avaliações. "O bom aluno é aquele que faz sua parte com afinco e responsabilidade e diante dos contratempos, como uma nota baixa em uma prova, por exemplo, procura se empenhar para melhorar", afirma a psicopedagoga Ana Cássia Maturano.
- Empurrão da família: valorizar, apoiar e acompanhar o tempo dedicado pelo filho aos estudos em casa. Isto envolve desde oferecer um ambiente favorável ao aprendizado, ajudá-lo a organizar sua rotina escolar, dar atenção especial à lição de casa e incentivá-lo ao estudo contínuo.
Respeita e valoriza o professor:
O bom aluno tem uma boa relação com os professores, respeitando sua autoridade e valorizando o que eles têm a ensinar. "O que temos assistido é uma posição de enfrentamento dos alunos diante do professor, como se ele fosse um inimigo a ser combatido, o que prejudica esta relação. Um professor que se sinta bem, acolhido pela turma, com certeza conseguirá explicar melhor o conteúdo", comenta José Carlos Pomarico, diretor-geral do Colégio Joana D´Arc.
- Empurrão da família: a postura familiar é essencial para preservar a autoridade do professor. Na verdade, o ideal é que a criança cresça aprendendo que ele é a maior autoridade da sala de aula. Em casa, os filhos jamais devem ouvir dos pais algo que desautorize ou desabone o professor. Em caso de conflitos, o melhor é procurar primeiro descobrir exatamente o que aconteceu em vez de se fiar somente na versão do filho. E uma ótima atitude é comentar sobre professores que marcaram a vida dos pais, contribuindo para seu crescimento pessoal e profissional.
Presta atenção na aula.
Estar atento às explicações do professor é, logicamente, algo essencial para um bom aproveitamento escolar. Isto não significa a adoção de uma postura passiva ou a exigência da criança ou adolescente ficar muda o tempo todo, mas sim não ser aquele tipo de aluno que inicia conversas paralelas, a ponto de atrapalhar a si e aos demais colegas ou aquele outro perfil, de quem está mentalmente longe do que ocorre na sala. "A baixa atenção na aula pode ser comparada com a situação de uma pessoa que tem um prato rico e variado à sua frente, mas come apenas uma pequena parte desta porção. Ou seja, ele irá aproveitar muito pouco dos nutrientes oferecidos, prejudicando seu desenvolvimento", explica o professor Egídio José Romanelli, pós-doutor em Neuropsicologia pela Universidade de Montreal (Canadá).
- Empurrão da família: aqui vale a famosa e recomendada pergunta diária de "o que você aprendeu na escola hoje?", mas feita com um real interesse, com disposição para ouvir e criar um diálogo a partir dela. Isto permite perceber o quanto o filho realmente se atentou ao que foi trabalhado em sala de aula e, também, é um fator motivacional: fica claro que a família valoriza o que se está aprendendo, estimulando o aluno a compartilhar as descobertas que faz e as informações que recebe na escola - só possível, claro, estando atento a elas.