Seleção Pública de Projetos Esportivos Educacionais

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Esporte na Educação Física escolar e sua importância na sociabilização

Foto: Alunos do Projeto Esporte e Educação: Essa é a Nossa Praia 
Introdução


    Trabalhar o tema “Educação Física e Esporte” é o objetivo deste ensaio científico que é embasado em autores que tratam o assunto de distintos pontos de vista, somados a isto algumas experiências. Dentro desta linha, onde abrange um leque de opções de assuntos a ser desenvolvido, o norte desta reflexão é o segmento voltado ao esporte enquanto meio para sociabilização e formação do caráter do indivíduo, começando no ambiente escolar e expandindo ao mundo em que vive e se relaciona. (Tubino, 1993) O homem busca o equilíbrio e harmonia da dualidade corpo e mente, na ajuda desta busca pela formação do ser humano melhor, conseqüentemente uma sociedade mais justa.

       O esporte possui vários focos, que em sua grande maioria são imperceptíveis. Através dele podem ser vislumbradas diversas possibilidades de sociabilização, onde se pode citar saúde, respeito entre companheiros e adversários, observância das regras, entre outros.

        Falar de Esporte é falar de algo muito maior do que competições. A importância que este tem dentro da sociedade em diversas áreas é imensa e vai muito além de uma olimpíada e atletas consagrados. É um importante veículo para educação, movimenta a economia, quebra barreiras geográficas e étnicas, torna corpo e mente mais saudáveis e a maior relevância entre os povos: o respeito. O esporte traz consigo um verdadeiro milagre que tem em seu envolto e pode unir a humanidade (NEUENFELDT 2008).

        (Mattos, 2006) O esporte traz a capacidade de trabalhar várias das habilidades dos alunos ao mesmo tempo. A possibilidade de interações sociais que a aula de Educação Física tem é única, sendo que muitas vezes é nesta disciplina escolar que a criança tem a oportunidade de relacionar-se com as mais variadas formas de comunicação, como linguagem motora, modelos, respeito e cognitivo.

     A intenção deste estudo visa demonstrar a infinita importância que a Educação Física juntamente com o Esporte tem para elevar as mais diversas formas de sociabilização. Busca-se aqui, a partir do professor como modelo, preconizando a saúde mental e o desenvolvimento saudável.

    As crianças têm nos adultos os seus principais modelos a serem seguidos, a partir disto o professor também se torna um deles, logo as atitudes destes perante elas, são fundamentais para as suas ações e seu desenvolvimento.
Esporte

    Esporte e Educação física estão intimamente ligados. A escola, muitas vezes é o local onde a criança tem o primeiro contato com o esporte, por isso devemos atentar para que as aulas de Educação Física tenham o maior proveito possível do esporte e trazer todos os benefícios que este pode representar para a formação física, mental e do caráter do cidadão.

    (Tubino, 1993) A busca do homem por um equilíbrio completo é explícita na famosa frase “mente sã, corpo são”, onde a dicotomia de corpo e mente anda junto e a paz harmoniosa entre eles traduz esse tão sonhado equilíbrio.
    Em geral se consideram esportes as atividades de recreio ou competitivas que exigem certa dose de esforço físico ou de habilidade. Podem ser individuais ou coletivos. No passado só eram considerados esportes as atividades recreativas praticadas livremente, como a pesca e a caça, em contraposição aos jogos, competições atléticas organizadas de acordo com regras determinadas. A distinção entre esportes e jogos hoje é menos clara, e com freqüência os dois termos são usados de forma indistinta.

    O principal objetivo sempre foi converter atributos físicos nas mais variadas formas de expressão corporal, como força, agilidade, flexibilidade, velocidade, etc. Além disso, também fomenta outras qualidades como respeito, coragem, disciplina, persistência.

    Segundo o autor o tema esporte tem origem no século XIV, onde os marinheiros usavam expressões “fazer esporte” com intuito de passar o tempo utilizando habilidades físicas.

    O esporte surpreende pela rapidez e amplitude de sua progressão, que se impõe pela atração que desperta, incita a ação, competição, superação de esforço, e que deste modo, favorece o enriquecimento pessoal, além de ser um extraordinário meio de expressão que revela os limites de cada um (FERREIRA, 2001).

    Atingindo de forma instantânea o esporte é cativante, desperta nos homens sua necessidade de competir, superar obstáculos, que faz pensar sobre questões antropológicas. Observando em nossas práticas o aluno praticante de esporte, nota-se que é o fundamento pelo qual suas características de ser humano se colocam a prova.

    Todos os esportes implicam uma atividade física. Como formas de interação social, exibição de força física e divertimento, os esportes surgiram com as civilizações. Culturas antigas como a egípcia e a chinesa já conheciam alguns esportes, mas essas atividades alcançaram seu desenvolvimento máximo na Grécia (TUBINO, 1993).

    Na Grécia o esporte era bem difundido, os mais famosos eram os Jogos Olímpicos realizados em Olímpia. Disputados de quatro em quatro anos, os jogos tinham extrema importância para a vida do país. Luta, corridas, lançamento de disco e dardo e salto em distância eram as modalidades praticadas. Nesta época a presença feminina era proibida, até mesmo como espectadoras.

    Um divisor de águas na história esportiva foi o surgimento da bola. Algumas civilizações a tinham como hábito em suas práticas. As primeiras bolas eram apenas bexigas de ar e com o passar do tempo foi sendo aperfeiçoada. Para gregos e romanos o esporte tinha conotação antagônica. Os primeiros visavam antes de tudo a competição, os s segundos objetivavam o entretenimento (TUBINO, 1993).

    A principal característica deste tempo foi a notória diferenciação entre as atividades das classes sociais. Nobres desenvolviam-se para aptidões guerreiras em torneios e combates, juntamente com caça e equitação. O povo voltava-se às práticas de jogos com bola (TUBINO, 1993).

    O esporte cresce infindavelmente e cada vez mais as pessoas buscam atividades físicas. Estes fatores trazem ao esporte uma crescente importância vinda desde seu surgimento até os dias atuais. Em 1896 renasce os Jogos Olímpicos através do barão Pierre de Coubertin, e também traz a máxima "o importante não é vencer, mas competir" (TUBINO, 1997). 

    No Brasil o esporte com maior popularidade é sem dúvida o futebol. Mundialmente entre os mais praticados estão são: basquetebol, voleibol, handebol, judô e tênis.

    O esporte está presente no nosso cotidiano através dos mais variados veículos de comunicação, tais como jornais, revistas, televisão, rádio, entre outros, e esta mídia que contribui para cada vez mais nos aproximar deste fenômeno.
    A importância que o esporte tem desde o século XX, é a influência que ele exerce na vida das pessoas a cada dia, não somente nos praticantes, mas também no grande número de curiosos que acompanham suas mudanças e seus principais fatos. Não podemos considerá-lo apenas como mais uma prática de saúde, de competição, movimentos. O esporte ramifica-se para outras diversas importantes áreas de nossa sociedade, tais como saúde, educação, economia, turismo, etc. Ele movimenta milhões de dólares em todo mundo e hoje existe até uma ciência do esporte, ganhando conotação cientifica (TUBINO, 1993).


Educação Física escolar

    Observando ao longo do estudo entendemos a importância do Esporte nos segmentos da sociedade, sendo este um fenômeno recriado e reforçado a cada dia em todo o mundo. Pode-se perguntar então qual o papel deste para o ambiente escolar, ou melhor, dentro da Educação Física escolar?

    A resposta que até agora nos parece mais aceita e verdadeira é que são muitas as respostas. Procurando já em uma concepção do que se espera da aula de Educação Física Escolar encontramos sociabilização, desenvolvimento motor, conhecimento corporal (corporalidade), respeito, entre outros muitos.

    O professor de educação na escola, no trato com o fenômeno Esporte no ambiente escolar, não deve ater-se apenas aos conteúdos relacionados à técnica e tática de diferentes modalidades; mais que isso, cabe a ele contribuir para a formação do cidadão (GALATTI e PAES, 2006). Mais uma vez se traz o esporte como um fenômeno dentro da sala de aula, os autores representam em seu trabalho os fundamentos pedagógicos do esporte no cenário escolar. Tratar deste importante meio de sociabilização dentro da escola com um olhar crítico é bastante necessário, visualizar na educação física escolar um momento de múltiplas comunicações.

    (Mattos, 2006) O esporte quando trabalhamos nas escolas podemos introduzir juntamente com a questão técnica de jogo propriamente dita essas outras capacidades.

    O esporte é ainda importante, pois trabalha atraindo os alunos para algo que eles, através da mídia, têm por gosto. Podem-se trabalhar valências físicas e até psíquicas dentro de exercícios independentes, por exemplo, mas sabe-se que trazendo elementos de um Esporte consegue atrair os alunos para a aula.

    O esporte é sem duvidas o elemento principal que um professor tem para utilizar na sua aula, levando em consideração a maneira com que prática e como a atividade se desenrola podem-se fazer adaptações buscando a eficiência. Os jogos também entram neste campo como atividades que propiciam o envolvimento mútuo, existem os jogos cooperativos que trazem ao aluno momentos de contato com o próximo.

    Cabe ao professor, segundo nossa experiência prática, atentar aos modelos que seguem no esporte, fazer intervenções é fundamental para administrar o melhor rendimento esperado (objetivo da aula).

    E como cada objetivo é distinto dentro da aula, também são distintos os esportes e aquilo que eles buscam, através de esporte podemos trabalhar motricidade fina, força, lateralidade, resistência, atenção, procurando o melhor para aquele momento. Ainda existe a possibilidade de se adaptar regras e modificar fundamentos de um esporte a fim de torná-lo mais útil para a aula.

    O professor de esportes deve ser visto como um educador e não como um mero transmissor de conhecimentos técnicos ou táticos. Sua ação deve ser baseada princípios críticos, pedagógicos e científicos para o desenvolvimento integral da criança (FERREIRA, 2001). Então a educação física escolar deve ser entendida como um momento imprescindível para o desenvolvimento psicomotor da criança e o esporte é a ferramenta que o professor de Educação Física tem em mãos para ser um diferencial no ambiente escolar.


Educação Física como forma de sociabilização

    O aprendizado da criança começa muito antes de ela frequentar a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia (VYGOTSKY, 1984).

    Levando em consideração o autor devemos sempre entender que crianças vêm para a sala de aula já com bagagem cultural muito rica proveniente de seu berço familiar, muito do que se reflete na escola já tem histórico dentro das casas, entre estas a sociabilização, a sua relação interpessoal.

    A socialização significa o processo de transmissão dos comportamentos socialmente esperados. Mais especificamente, a socialização para o desempenho de determinado papel social envolve a aquisição de capacidades (habilidades) físicas e sociais, valores, conhecimentos, atitudes, normas e disposições que podem ser aprendidas em uma ou mais instituições sociais, como por exemplo, a família, a escola, o esporte, e ainda através dos meios de comunicação. A necessidade de ocupar-se com a questão da sociabilização e da aprendizagem social numa perspectiva didática da educação física resulta, por um lado, da análise da realidade social do esporte, como um campo no qual as relações e ações sociais são de importância central; por outro lado, os problemas diários do professor de educação física obrigam a considerar com mais profundidade as relações sociais oferecidas ou influenciadas pela educação física e, dependendo do caso, a procurar modificá-las.

    A inclusão e início de programas de esportes na escola têm sido frequentemente baseados na crença comum de que a participação no esporte é um elemento de socialização que contribui para o desenvolvimento mental e social (LOY et al. 1978 apud BRACHT, 1997, p. 75); e FARINATTI (1995, p. 44) complementa afirmando que a prática fisico-desportiva proporciona à criança muitas oportunidades de contato social, na medida de seu amadurecimento psíquico.

    Os autores comentam sobre um ponto que merece destaque, o esporte possibilita participação e é esta participação que faz dele um fator extremamente importante na relação inter-pessoal. Atrevo dizer que é na aula de Educação Física (jogo, esporte) o único momento de seu dia que a criança tem para reproduzir cultura juntamente com os seus. Estar participando de algo que envolve: linguagem, expressão e contato.

    Muitos pedagogos da Educação Física/Esporte vêm realçando a contribuição da atividade esportiva na socialização das crianças, contribuição essa que tem sido utilizada como justificativa para a inclusão da Educação Física nos currículos escolares. Neste sentido, as muitas considerações tecidas, indicam que a criança através do esporte aprende que entre ela e o mundo existem “os outros”, que para a convivência social precisamos obedecer a determinadas regras, ter determinado comportamento (OBERTEUFER/ULRICH, 1977 apud BRACHT, 1997, p.58); aprendem as crianças, também, a conviver com vitórias e derrotas, aprendem a vencer através do esforço pessoal; desenvolvem através do esporte a independência e a confiança em si mesmos, o sentido de responsabilidade, entre outras questões.

    Interagir é fundamental, nossas crianças realizam pouco ou quase nenhum movimento de atividade corporal. Trabalhar o corpo é trabalhar uma das mais importantes formas de linguagem.

    Linguagem corporal é capaz de dizer verdades que a fala esconde(WEIL, 2004). Levando esta afirmação do Best seller “o corpo fala”, sabemos mais ainda da importância de se introduzir atividades esportivas que permitam um contato, o toque que por vezes é recriminado e abolido das aulas é fundamental para um desenvolvimento saudável.
    Todas estas afirmações têm em comum o fato de serem afirmações que identificam um papel positivo-funcional para o esporte no processo educativo; privilegiam os aspectos positivos funcionais camuflando, desta forma, os disfuncionais.


Influencias do esporte

    O esporte cativa, envolve e aproxima as pessoas, pois possui uma “magia” que gira em torno de si (NEUENFELDT 2008).

    Trabalhar em cima desta magia que o autor descreve é trabalhar com algo apaixonante para a realidade dos alunos, deve-se sempre contornar conflitos visando aulas em que o esporte possa ser tratado de maneira respeitosa, porém sabendo fazer de momentos de conflitos interessantes para se passar valores de cordialidade.

    Há de se cuidar sempre a maneira com que oferecemos as atividades de educação física para nossos alunos, pois a mesma atividade que para alguns oportuniza momentos de crescimento, para outros é momento de exclusão e desapego as práticas esportivas, levando então a não sociabilização. O mesmo esporte que atrai a tantos também exclui, pois nem todos tiveram boas aprendizagens e convivências por seu intermédio (NEUENFELDT, 2008).

    O esporte não deve reproduzir valores de seriedade, mas ser fonte de alegria e diversão, uma atividade cujo único valor seja o prazer momentâneo de jogar e conviver com outras pessoas (NEUENFELDT, 2008). Outra vez o autor que é norte para essa temática cita o esporte como forma de trabalhar a relação interpessoal, não é na escola que vamos encontrar futuros prodígios ou grandes atletas, mas na escola através do esporte e de atividades lúdicas estaremos aproximando seres humanos. O que com certeza é muito mais importante para nossa sociedade do que futuros medalhistas olímpicos.


Conclusão

    Finalizando este estudo teórico, revisão de literatura com base nas experiências vivenciadas nos estágios, sobre as influências que o esporte exerce na Educação Física Escolar em nível de sociabilização, constatamos diversas áreas em que pode ser melhorado o contexto das aulas.

    Foi a partir deste estudo que observamos que não estamos sozinhos nestes pensamentos, são muitos os autores que acreditam em uma Educação Física de melhor qualidade sendo trabalhada com esportes de maneira otimizada com a sociabilização e suas diferentes formas.

    Ao longo de mais de duzentas horas de estágio obrigatório e estudando afundo autores durante quase um ano, temos a certeza de que o esporte é atividade principal dentro da aula de Educação Física escolar. Esta é uma máxima inegável, não se pode discutir em cima deste ponto, e observando e estudando temos a certeza também de que este é um projeto que tem muita chance de eficácia dentro da sala de aula, levar o esporte como um meio de sociabilização e observar mudanças comportamentais nos alunos pode vir a ser uma pesquisa relevante.

    Muito importante, também, é aproveitar os momentos de vivências das aulas como momento se sociabilização, e isto ao final da pesquisa entendemos de máxima necessidade. Fazer da disciplina que trabalhamos uma oportunidade de que os alunos enlacem suas vidas, estipulem metas, reflitam sobre acontecimentos, etc. Isto sim é sociabilização dentro de uma aula de Educação Física.

    E terminando o trabalho entendemos que alcançamos os propósitos enunciados na nossa introdução que eram de fazer uma pesquisa pró-discente e trazer elementos indispensáveis para uma formação profissional que contemple estruturar o esporte como um recurso fantástico para a interação social, o ato de fazer cultura, ato única e exclusivamente associado ao ser humano.


Referências

  • FERREIRA, H. B. Iniciação Esportiva: Uma abordagem pedagógica sobre o processo de ensino-aprendizagem no basquetebol. Campinas SP, 2001.
  • GALATTI, L. R. e PAES, R. R. Fundamentos da pedagogia do esporte no cenário escolar. Revista Movimento e Percepção, Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 6, n. 9, jul/dez, 2006.
  • MATTOS, M. G. Educação Física Infantil: Construindo o Movimento na Escola. São Paulo, SP: Phorte Editora, 2006.
  • NEUENFELDT, D. J. Esporte, Educação Física e Formação Profissional. Lajeado, RS: Editora Univates, 2008.
  • STIGGER, M. P. Educação Física, esporte e diversidade. São Paulo, SP: Autores Associados Editora, 2005.
  • TUBINO, M. J. G. O Esporte no Brasil. São Paulo, SP: Ibrasa Editora, 1997.
  • TUBINO, M. J. G. O que é Esporte? São Paulo, SP: Ibrasa Editora, 1993.
  • VYGOTSKY, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1984.






    Fonte: efdeesporte.com

Aspectos Relevantes na Abordagem do Esporte na Educação Física Escolar

Imagem: Internet 
1.1 Introdução
Este trabalho pretende discutir alguns fatores que vêm contribuindo para a forma como o esporte é tratado no âmbito da Educação Física Escolar, que mesmo com a evolução no que concerne o embasamento teórico, tendo como exemplo o avanço e surgimento de abordagens, o esporte escolar continua sendo uma caricatura do de alto nível. Este tema foi objeto de alguns trabalhos que contestam a apresentação do esporte como único conteúdo da Educação Física Escolar, já que, segundo Caparroz (2001) "Tratar do esporte como conteúdo da Educação Física tem sido um dos temas mais presentes no meio acadêmico da Educação Física brasileira".Porém, apesar de já ter sido debatido, a sua discussão precisa ser aprofundada e ampliada de forma que consiga ir além do discurso e atingir a prática educativa.
A discussão de determinados aspectos presentes na abordagem do esporte na Educação Física Escolar, não pode ser realizada sem se estabelecer uma relação com outras grandes discussões existentes na atualidade dentro da área.Dois desses grandes debates que permeiam todo o trabalho são: concepção de corpo e identidade da Educação Física.O primeiro se relaciona com o objeto desse trabalho a partir do pressuposto que qualquer abordagem de qualquer elemento da cultura corporal se remete a uma das diferentes concepções de corpo e as reinventam produzindo outras novas concepções do mesmo, este que junto com os movimentos que produz são "sujeitos" da Educação Física.O outro debate que está presente, por vezes explícito no texto, é sobre a identidade da Educação Física, pois ao abordar o esporte nas aulas o professor procede de acordo com o seu entendimento da função da mesma e, ao proceder pensando ou reproduzindo um conceito, este professor, estará construindo, consciente ou inconscientemente, a identidade da Educação Física.
Sem a pretensão de esgotar o assunto serão apresentados alguns aspectos da abordagem do esporte na Educação Física Escolar permeados por outros tantos debates a fim de ampliar e aprofundar este tema.
1.2 Justificativa
O presente trabalho se justifica pelo fato de tratar de um elemento da cultura corporal altamente difundido na sociedade, o esporte.Este elemento apresenta - se como um fenômeno muito complexo, por estar impresso em sua prática valores inerentes na sociedade no qual está inserido, por isso sua análise é extremamente relevante, como mostra o Coletivo de Autores (p.70, 1992) "O esporte, como prática social que institucionaliza temas lúdicos da cultura corporal, se projeta numa dimensão complexa de fenômeno que envolve códigos, sentidos e significados da sociedade que o cria e o pratica. Por isso, deve ser analisado nos seus variados aspectos, para determinar a forma com que deve ser abordado pedagogicamente no sentido de esporte" da "escola e não como esporte"na" escola".
Por estar muito presente na sociedade, e a escola sendo um espaço desta, o esporte tem seu lugar garantido como um dos principais conteúdos da Educação Física Escolar.Sendo assim, é imprescindível desvendar como os valores impressos nessa prática vem sendo abordados nas aulas.Segundo Moreira (p.24, 1995), "O questionamento dos valores atuais do esporte, que são valores presentes na macroestrutura social, deve ser fonte de permanente das instituições que trabalham com este fenômeno, na busca da superação e não da negação do quadro atual".
Esta pesquisa tem como foco perceber de que maneira alguns aspectos como formação profissional, influência da mídia, interesses da escola e o senso comum contribuem para a atual abordagem do esporte na escola.
1.3 Objetivo geral
Analisar como os aspectos influenciadores da abordagem do esporte nas aulas de Educação Física se relacionam entre si e com a prática educativa, já que esta percepção é de extrema importância para fundamentar, conseqüentemente, justificar a presença deste elemento da cultura corporal dentro do espaço escolar.
1.4 Objetivos específicos
Verificar a influência da mídia na opção do professor por determinada abordagem do desporto no espaço da Educação Física Escolar;
Identificar a contribuição da formação acadêmica na escolha da forma como o professor aborda o esporte na escola;
Analisar de que maneira a Educação Física se legitima na escola.
1.5 Metodologia
Observação das aulas de Educação Física;
Aplicação de questionário nos professores de Educação Física das escolas visitadas.
2.1 Revisão de literatura
A partir de uma consulta bibliográfica acerca do tema escolhido foram observados alguns dos prováveis motivos que influenciam na abordagem do esporte nas aulas de Educação Física. É possível já na formação profissional detectar fases que comprometem a prática docente, como por exemplo, a separação de turmas por gênero nas disciplinas de desporto que trazem intrinsecamente o esporte como competição, dificultando o futuro professor de ampliar sua visão para as possibilidades que o esporte pode propiciar enquanto cultura corporal.
A mídia também cumpre um papel fundamental na disseminação do esporte na escola.De acordo com o PCN, "a mídia está presente no cotidiano dos alunos, transmitindo informações, alimentando o imaginário e construindo um entendimento de mundo. Os alunos permanecem muitas horas diante do aparelho de televisão, que hoje rivaliza com a escola e com a família como fonte de formação de valores e atitudes. (...) No caso do esporte, a televisão produziu uma nova modalidade_ esporte espetáculo_ que se apóia na sofisticação de modernos recursos tecnológicos (...) o close, a câmera lente, o replay, os recursos gráficos propiciados pela informática (...) tornam quase todas as modalidades espetáculos em potencial".(PCN, p. 31- 32).
O perigo do chamado "esporte espetáculo" é que ao ser massificado pelos meios de comunicação propõe um modelo, com regras oficias, treinos e desenvolturas exigidas no alto rendimento, a ser seguido em qualquer prática esportiva, inclusive no âmbito escolar.
"Na verdade, a televisão ilude o espectador, dando - lhe a falsa sensação de contato direto com a realidade, quando existe uma distância entre a prática real do esporte (...) e o que se vê na TV." conforme complementa o PCN.(PCN, p.33).
Dentro desse contexto, a instituição esporte se confunde com a Educação Física Escolar deixando de ser apenas mais um conteúdo e tornando - se a própria Educação Física excluindo outros conteúdos que também fazem parte da mesma.Segundo Oliveira, "não podemos apenas reproduzir os modelos ditados pela mídia que advoga, equivocadamente, que o esporte de alto rendimento é sinônimo de Educação Física correspondendo assim a todos os conteúdos que compõem a cultura corporal" (Oliveira, 2004).
"Portanto, a Educação Física deverá manter um permanente diálogo crítico com a mídia, trazendo - a para dentro da escola como um novo dado relacionado à cultura corporal de movimento", conclui o PCN.(PCN, p. 34).
Pelo fato de ter se formado um senso comum que a Educação Física e o esporte significam o mesmo, as escolas estão oferecendo modalidades esportivas para os alunos no lugar das aulas de Educação Física, adquirindo um novo caráter para a mesma: a de formadora de atletas e disciplinadora do corpo. A primeira concepção modifica por completo a relação professor - aluno transformando - a numa relação técnico - atleta.Este conceito agrada aos alunos que possuem habilidades esportivas que os credenciam a integrarem as equipes, aos pais que vêem na escola a oportunidade de seus filhos ingressarem no universo esportivo, e principalmente, aos diretores que projetam o nome da instituição, tornando -a mais competitiva no mercado que a educação é atualmente.Esta idéia está visivelmente ligada à vitória, como coloca o Coletivo de Autores, "... os pressupostos para o aprendizado do esporte tais como o domínio dos elementos técnico e táticos e as precondições fisiológicas para a sua prática, demonstram claramente que a finalidade a ele atribuída é somente a vitória na competição, colocando como fim em si mesma".(Coletivo de Autores, p.71).
Sendo o esporte um reconhecido elemento da cultura, sua presença se faz imprescindível enquanto conteúdo da Educação Física Escolar, porém a forma de abordá - lo precisa ser repensada como expõe o Coletivo de Autores, "se aceitamos o esporte como fenômeno social, tema da cultura corporal, precisamos questionar suas normas, suas condições de adaptação à realidade social e cultural da comunidade que o pratica, cria e recria".(Coletivo de Autores, p.71) Outro viés da Educação Física/Esporte é a utilização da mesma como disciplinadora do corpo.Muitos professores de outras disciplinas enxergam o espaço da aula de Educação Física como forma dos alunos descarregarem suas energias, facilitando o seu trabalho em sala de aula, enfatizando, com isto, a dicotomia corpo/mente nas aulas de Educação Física.
Apesar dessa concepção hegemônica na Educação Física/ Esporte satisfazer aos interesses de algumas parcelas da comunidade escolar, esta abordagem compromete a escola como meio transformador e crítico da sociedade, ao reproduzir códigos oriundos do regime capitalista implícitos no esporte, que segundo o Coletivo de Autores "sendo uma produção histórico-cultural, o esporte subordina -se aos códigos que lhe imprime a sociedade capitalista. No entanto, as características com que se reveste_ exigência de um máximo rendimento atlético, norma de comparação do rendimento que idealiza o princípio de sobrepujar, regulamentação rígida e racionalização dos meios e técnicas_ revelam que o processo educativo por ele provocado reproduz inevitavelmente, as desigualdades sociais".(Coletivo de Autores, p.70).
Podemos observar de que maneira alguns desses códigos, como a exclusão, a seleção, a rivalidade e a competição, apresentam - se nas aulas de Educação Física.Por exemplo, durante a prática do desporto nas aulas, no momento de se separarem as equipes, ocorrem dois processos, ao mesmo tempo em que são selecionados os mais habilidosos (seleção), são excluídos os menos habilidosos (exclusão), os mesmos perdem a motivação pela prática regular de atividade física.Esta exclusão também abrange a questão do gênero, separando meninos e meninas nas atividades. Ao começar o jogo ficam evidenciados mais dois processos que são de rivalidade e competição, já que o "jogar contra o outro" é enfatizado e vencer torna - se importante para ficar mais tempo na quadra.A absorção desses códigos ocorre de maneira inconsciente pelos alunos que futuramente irão perpetuar este comportamento no papel de cidadãos, fortalecendo a ideologia dominante, dificultando a construção de uma nova sociedade crítica e igualitária.
3.1 Conclusão
O esporte faz parte da cultura corporal da sociedade e é essencial como conteúdo da Educação Física Escolar, porém como Bracht ressalta "sem negar o potencial educativo do esporte, é preciso que o esporte passe por um trato pedagógico para que se torne um saber característico da escola e que se faça educativo na perspectiva de uma determinada concepção ou projeto de educação" (Bracht, 2003).
Nesse sentido, ao tentar adaptar o esporte para um saber pedagógico é preciso cuidado para não descaracterizar ou extinguir esta prática como adverte Caparroz "o que me preocupa é a possibilidade de, em face, desses reducionismos, terem sido geradas interpretações equivocadas sobre a relação esporte-educação física escolar, levando a certos extremismos, por exemplo, excluir o esporte como conteúdo da Educação Física Escolar, ou ainda querer transformá - lo em algo que deixaria de ser esporte".(Caparroz, 2001)
Ao invés de contribuir para a internalização inconsciente de valores presentes no Capitalismo, o esporte poderia ser utilizado para trazer a discussão dos mesmos para o ambiente escolar.Para que esta transformação possa ocorrer é preciso que a formação do professor de Educação Física seja revista, incluindo o seu papel enquanto profissional da educação.Sendo assim, a intervenção do professor não pode ser inconsciente, fazendo -se necessário a este estar em processo contínuo de formação.Toda essa discussão acerca da abordagem do esporte nas aulas de Educação Física Escolar passa por outra questão que é a necessidade de se alcançar a legitimidade, pois não basta conseguir a legalidade para obter o reconhecimento por parte da sociedade da importância da Educação Física, principalmente no âmbito escolar.Bracht entende que "dessa forma, para a educação física, é fundamental obter, urgentemente, no interior do campo pedagógico, enquanto prática e disciplina acadêmica, sob a pena de ter sua própria existência ameaçada e isso não simplesmente no sentido da extinção, mas da simples substituição pelo esporte (na escola)".(Bracht, 2003)
Em suma, alcançar a legitimidade em reconhecer o esporte como conteúdo de uma história marcante na Educação Física sem confundi-lo com a mesma, entendendo que esta tem sua própria identidade e importância, não podendo se restringir a um único conteúdo.
Obs. Os autores Amanda Gils de Sampaio (gilsamanda@yahoo.com.br) e Camila Castello Branco de Almeida Porto (camilaef@yahoo.com.br) são da UFRRJ
Referências bibliográficas
  • Darido, Suraya Cristina.Educação Física na escola: questões e reflexões.Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2003.
  • Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física/Secretaria de Educação Fundamental._Brasília: MEC/SEF, 1998.
  • Metodologia do ensino de Educação Física/Coletivo de Autores._São Paulo: Cortez, 1992. (Coleção Magistério. 2ºgrau. Série Formação do Professor).
  • Pires, Giovani de Lorenzi e BITTENCOURT, Fernando Gonçalves.Comunicação e mídia no âmbito do conhecimento e intervenção em Educação Física/Ciências do Esporte. Educação Física/Ciências do Esporte: Intervenção e conhecimento.CBCE.Florianópolis, 1999.
  • Bracht Valter.Legalidade e Legitimidade da Educação Física Escolar. 1992
  • Oliveira, Cristina Borges de.Mídia, cultura corporal e inclusão: conteúdos da educação física escolar. Lecturas:Educación Física y Deportes, Buenos Aires, v.10, n.77, oct, 2004.
  • Bracht, V. & ALMEIDA, F. Q de. Política de esporte escolar no Brasil: A pseudovalorização da Educação Física. In Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas/SP, v. 24, n. 3, maio 2003. pp 87-101.
  • Biblioteca Digital:
  • -Caparroz, Francisco Eduardo. O esporte como conteúdo da Educação Física: Uma jogada "desconcertante" que não "entorta" só nossas "colunas", mas também nossos discursos.
  • -Faria, Eliene Lopes. O esporte na cultura escolar: usos e significados.


Fonte: Centro Esportivo Virtual 

Futebol de Areia

O futebol de areia, também conhecido como futebol de praia, mistura as regras do futebol com as do futsal.

É praticado há muitas décadas como uma variação de lazer do futebol. Porém sua
Imagem: Internet
institucionalização enquanto esporte organizado é recente, data de 1992, quando as regras do jogo foram criadas e um campeonato piloto foi organizado em Los Angeles.

A prática do futebol de areia ocorre em um campo com, no mínimo, 40 cm de profundidade, e entre 35 e 37 m de comprimento por entre 26 e 28 m de largura. Os gols têm 2,20 m de altura por 5,5 de extensão.

A bola de futebol de areia é mais leve que uma bola normal, apesar de ter uma circunferência idêntica.

Cada equipe é formada por cinco jogadores, sendo um deles o goleiro. Esse pode segurar a bola dentro de sua área. O número de substituições é livre. Cada partida tem dois juízes, com igual autoridade para aplicar as leis do jogo.

As partidas duram 36 minutos divididos em três tempos de 12 minutos. O Tempo é parado quando um gol é marcado, quando o juiz apita uma falta ou tiro livre direto. Há um intervalo de 3 minutos entre cada tempo.

Os jogadores não podem usar calçados, apenas meias ou tornozeleiras.

Os torneios mais importantes de futebol de areia realizados durante o ano são o Campeonato Mundial, disputado por oito países, e o Mundialito.

No Brasil são disputados o Campeonato Brasileiro e o tradicional desafio entre paulistas e cariocas.

Em relação à participação do Brasil no Campeonato Mundial, o país ganhou oito títulos das nove edições, até o ano de 2004, perdendo apenas para Portugal em 2001.

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Imagem: Internet

História do Vôlei de Praia 
O Vôlei de Praia, que tem sua origem no vôlei de quadra, é um esporte praticado na areia da praia. Foi criado no estado da Califórnia (Estados Unidos) e no Havaí, na década de 1920. Porém, tornou-se um esporte profissional somente na década de 1980. Foi neste período que chegou ao Brasil e espalhou-se pelas praias do mundo todo.


Conhecendo o Vôlei de Praia

O vôlei de praia é praticado numa quadra, demarcada com fita, na areia. As medidas são: 16 metros de comprimento por 8 metros de largura. No meio, deve ficar uma rede que mede 2,43 metros de altura (masculino) ou 2,24 metros (feminino).

O jogo é disputado em equipes de 2 a 4 jogadores (nas Olimpíadas os jogos são disputados por duplas). A equipe vencedora é aquela que ganha dois sets (o jogo possui 3 sets). Os dois primeiros sets vão até 21 pontos. Quando há empate em 1 set a 1, o terceiro set é realizado com 15 pontos. Para fechar o set, a equipe deve sempre abrir dois pontos de vantagem. 
Para marcar o ponto a equipe deve fazer a bola passar por cima da rede e atingir a quadra do adversário.


Federação e Confederação

Internacionalmente, a FIVB (Federação Internacional de Vôlei de Praia) organiza as competições e eventos de Vôlei de Praia. No Brasil, temos a CBV (Confederação Brasileira de Voleibol).


Conquistas recentes do Brasil no Vôlei de Praia

- No Campeonato Mundial de Vôlei de Praia, realizado em 2011 na cidade de Roma, a dupla Larissa França e Juliana Felisberta foi campeã. Já no masculino, os campeões foram Emanuel Rego e Alison Cerutti.
- Em 2011, a dupla Larissa França e Juliana Felisberta ficou em primeiro lugar no Circuito Mundial de Vôlei de Praia. Neste mesmo torneio, a dupla masculina Emanuel Rego e Alison Cerutti ganhou o título. 


Vôlei de Praia nas Olimpíadas

O Brasil pode ser considerado uma das potências do esporte na atualidade, já que os brasileiros ganharam os principais campeonatos mundiais em 2011. 
Já nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, o Brasil teve uma boa participação: medalha de bronze com a dupla Juliana e Larissa e de prata com Alison e Emanuel.


Curiosidade:

- O Vôlei de Praia tornou-se um esporte olímpico em 1996, durante os Jogos Olímpicos de Atlanta (Estados Unidos).




Fonte: Sua Pesquisa